Alguns títulos revisados

  • A universidade em busca da excelência: um estudo sobre a qualidade da educação. 2. ed. rev. e atual. JULIATTO, Clemente Ivo
  • Análise Sensorial de Alimentos. DUTCOSKY, Silvia Deboni. 1. reimp. da 2. ed.
  • Arte na PUCPR. FONTOURA, Ivens
  • As Flores do Câmpus. JULIATTO, Clemente Ivo
  • As Irmãs Alfabeto. Monica McInerney (versão em português da obra The Alphabet Sisters).
  • Ciclo Estratégico da Informação: como colocar a TI no seu devido lugar. DUCLÓS, Luiz Carlos; SANTANA, Valdinei Leandro de.
  • Cultura, Religião e Sociedade: um diálogo entre diferentes saberes. ROSSI, Luiz Alexandre Solano; KUZMA, Cesar (Org.)
  • Documentário da Imigração Alemã nos Estados do Paraná e Santa Catarina. MÜLLER, Estêvão.
  • Empreendedorismo e estratégia de empresas de pequeno porte - 3Es2Ps
  • Governança Local e as Tecnologias de Informação e Comunicação. CUNHA, Maria Alexandra; FREY, Klaus; DUARTE, Fábio (Org)
  • História dos 50 anos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. HOERNER JÚNIOR, Valério
  • Inflexões Urbanas. ULTRAMARI, Clovis; DUARTE, Fábio
  • Manejo sustentável do pomar doméstico. CARVALHO, Ruy Inacio Neiva de (Org.).
  • Memórias do Instituto dos Advogados do Paraná 90 anos. ALMEIDA, João Carlos de; BITTENCOURT, Mário Diney Corrêa; COSTA, Roberto Linhares da (Org.).
  • O Boticário: maquiagem by Fernando Torquatto (livro lançado no São Paulo Fashion Week 2011)
  • O Caramujo Gigante Africano Achatina fulica no Brasil. FISCHER, Marta Luciane; COSTA, Leny Cristina Milléo (Org.)
  • O horizonte da educação: sabedoria, espiritualidade e sentido da vida. JULIATTO, Clemente Ivo
  • O segredo do alquimista. Scott Mariani (versão em português da obra The alchemist’s secret).
  • Por dentro da Comunicação Interna: tendências, reflexões e ferramentas. ESTRELLA, Charbelly; BENEVIDES, Ricardo; FREITAS, Ricardo Ferreira (Org.)
  • Quem roubou minha motivação? Gary Bertwistle (versão em português da obra Who stole my mojo?).
  • Querido diário otário: nunca faça nada, nunca. Jim Benton (versão em português da obra Dear dumb diary: never do anything, ever).
  • Rangers: ordem dos arqueiros 2. John Flanagan (versão em português da obra Ranger's Apprentice).
  • Segredos de gestão. Michael Heath (versão em português da obra Management secrets).
  • Teoria e Prática na Pedagogia Hospitalar: novos cenários, novos desafios. MATOS, Elizete Lúcia Moreira; TORRES, Patrícia Lupion (Org.).
  • Trabalho do professor e saberes docentes. ENS, Romilda Teodora; VOSGERAU, Dilmeire Sant’Anna Ramos; BEHRENS, Marilda Aparecida (Org.).
  • Trabalho do professor no espaço escolar. ENS, Romilda Teodora; VOSGERAU, Dilmeire Sant’Anna Ramos; BEHRENS, Marilda Aparecida (Org.).

terça-feira, 22 de maio de 2012

Michelangelo

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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Resumo de Obras -Machado de Assis

CANTIGA DE ESPONSAIS
(Machado de Assis)

Num cenário carioca de 1813, Romão Pires rege a orquestra da belíssima missa cantada na igreja do Carmo. Já sexagenário, esse bom homem tinha a consideração de todos os que o conheciam; taciturno e reservado, a tudo indiferente, somente no comando da orquestra sua figura resplandecia.
Exceto pelo cravo em que tocava e estudava algumas vezes, a casa era triste e sombria.
Tinha a vocação da música mas não podia compor, guardava a melodia do mundo dentro de si sem conseguir exteriorizá-la, as harmonias inéditas soaram em seu íntimo a vida inteira mas nunca conseguira transpô-las ao papel. Não poder exprimir as óperas e missas que na alma carregava era a razão única de sua tristeza.
Mestre Romão estava doente e sentia que seus dias chegavam ao fim, isso trouxe-lhe um pensamento: terminar ao menos uma das suas composições, para deixar uma marca sua na terra.
Foi buscar o canto esponsalício que guardava desde 1779, começado três dias depois de casado. O casamento de dois anos foi interrompido pela morte da esposa que tanto amara, nesse período feliz de sua vida nasceu nele uma melodia, por muitas vezes tentou compô-la, algumas notas se uniram mas não conseguiu traduzir no papel a sensação da felicidade conjugal que vivera. Quando casado, buscou de todas as maneiras dar seqüência àquela composição; obra de uma página, tão perfeitamente iniciada pela nota lá, e pela mesma interrompida, mestre Romão tentou várias vezes fazer uma composição daquelas notas conjugais não concluídas; em vão.
Ao cravo, tentando concluir a composição, pela janela que dava para o quintal viu na janela de outra casa dois jovens recém-casados, os braços entrelaçados, mãos dadas, debruçados ao parapeito. Sorriu com tristeza; deixaria ao menos um canto que eles pudessem tocar. Chegou novamente ao lá, apesar de conhecer profundamente a música, daquela nota não passava, voltava, repetia, relembrava os momentos com a esposa, impossível. Voltou novamente os olhos para o casal, agora entreolhavam-se apaixonados, mas nem a vista deles lhe dava inspiração e as notas teimavam em não surgir. Lá, lá, lá... em desespero, rasgou o papel. Foi nesse momento que a moça, embriagada com o olhar do marido começou inconscientemente a cantar algo, uma canção nunca antes ouvida em que um certo lá trazia toda a harmonia musical que mestre Romão buscou em vão a vida inteira. Foi naquele momento que desistiu para sempre de procurar pois descobrira o motivo de jamais a ter encontrado. Expirou na mesma noite.

Resumo de Obras - Graciliano Ramos

Angústia

Como quase todos os personagens de Graciliano Ramos, Luís da Silva é filho do sertão nordestino. As histórias de sua infância e juventude mesclam-se, em todo o romance, com a narrativa dos fatos que desencadearam sua neurose, esta que teve como desfecho um crime.
Intelectual frustrado, em seus devaneios imaginava ser um dia um escritor famoso e pessoa respeitada. Era solitário desde menino; sozinho no mundo desde os quatorze anos, a morte do pai atraiu muitos credores e o pouco que ainda restava na velha casa foi levado. Com uma trouxa de roupas e poucos livros passou por muitas privações antes de chegar a Maceió.
Pobre, tímido, nunca houve para ele um lugar na sociedade burguesa que o cercava e nem na sociedade marginalizada pela miséria; desta, a literatura o afastou. Funcionário público, à noite trabalhava escrevendo artigos para a redação de um jornal. Tinha inclinações literárias.
Morava com a criada Vitória, senhora de cinqüenta anos, e mal podia pagar o aluguel da casa miserável, visitada pelos ratos. Usava roupas puídas. Levava vida insípida e pacata até o dia em que a casa vizinha recebeu novos moradores. Marina, que se tornaria o pivô de todos os seus tormentos, era moça bem feita, de alegria ruidosa, inculta. Filha de pais simplórios, era fascinada pelos eventos sociais e inclinada ao luxo, que nunca poderia ter; desprezava os afazeres domésticos e ocupava seus dias com futilidades.
De herança do pai Luís recebeu o hábito da leitura, todas as tardes deitava-se na espreguiçadeira para ler, e dali podia observar o quintal vizinho, as roseiras sem viço, o monte de lixo e os sapatos vermelhos de Marina, que por ali andava.
As conversas através da cerca tornaram-se um namoro de encontros noturnos furtivos. Apesar do comportamento que contradizia a pureza da moça intocada, Marina não cedia a Luís. Isso o fez pensar em casamento. Apesar da boa vontade, era homem rude e pobre; ao mesmo tempo em que pensava em como pedir a mão de Marina, cogitava todos os constrangimentos e despesas que a cerimônia e algumas providências necessárias acarretariam.
Após pedido rudimentar e evasivo, suas economias passaram a esvair-se com os preparativos, contraiu dívidas sem quase nada do que a noiva considerava necessário para as bodas ter sido comprado.
Não muito tempo mais tarde perderia Marina para Julião Tavares, homem enfadonho, verborrágico, desprovido de qualquer escrúpulo moral quando na conquista de mulheres. Marina era interesseira e a riqueza de Julião Tavares foi o fator da sua escolha.
Luís perderia para sempre a sua paz. Vivendo numa casa contígua à família ouvia os jantares, fragmentos de conversas, risos. Todo dia era torturado a conta-gotas, ciúme e despeito o corroíam, fertilizavam sua imaginação; a figura de Julião Tavares, opulenta, flácida e pegajosa povoava sua mente em paranóicas aparições.
A seda, veludo e jóias que agora cobriam Marina espezinhavam Luís, passou a reconhecer sua intolerável condição de homem acanhado, curvado e sem valor perante outrem. Perdeu o apetite, a fome o corroia; imaginar os dois juntos o envenenava.
Meses mais tarde Julião Tavares, indescritível canalha, abandonaria Marina, como fez com tantas outras moças pobres que havia deflorado. Luís agora via e ouvia a ex-noiva definhar, angustiar-se, tornar-se feia. Marina estava grávida. Com esse evento veio à tona a necessidade de executar o que há muito se desenvolvia na mente de Luís; sentia ódio, o rival deveria desaparecer. Vinha-lhe à mente os cangaceiros assassinados no sertão, pessoas enforcadas que viu quando menino. Não pensava ser a prisão pior que a vida que levava, em seus devaneios pensava em escrever um livro quando estivesse encarcerado.
Medo, derivado da fantasiosa suspeita de que os dois reatassem, o fazia seguir Marina pelas ruas; uma dessas perseguições teve como destino um bairro pobre e sórdido. Num casebre cuja placa anunciava os trabalhos da “parteira diplomada” Marina alteraria sua condição de mulher enganada.
Doentiamente preso à figura de Julião Tavares, o espreitava; descobriu que o rival tinha nova namorada. Numa dessas perseguições noturnas Luís eliminou o homem que tinha destruído o frescor e graça de Marina.
Após o crime, febril, delirante, num angustiante estado de torpor, é nas primeiras páginas do livro que se pode compreender seu desfecho. Angústia é a história do homem talentoso que não foi percebido.